Não acredites em minhas palavras porque elas são demasiadamente traiçoeiras. Elas pensam demais e são coloridas de verniz. Minha verdade é minha crença e minha crença é mentirosa. Apenas me aquieta e me distrai, enquanto o sol me chama e a lua me põe pra dormir.
Não acredite , elas são uma farsa.
Se quiser saber de mim, meus olhos são pedra bruta em rio de águas transparentes. Neles não cabe a racionalidade dos homens que pensam. São tão verdadeiros que as vezes chegam ser cruéis, desnudando uma alma que já não guarda a inocência que eles ainda mantêm.
Minhas palavras tem argumentos demais. Mas são meus olhos que me dizem pra que tome cuidado, meus olhos não conhecem contradição.
Minhas palavras me narram, meus olhos me sentem.
Minhas palavras são história; meus olhos, só poesia.
Por isso quando quiser saber de mim, não ouça minhas palavras, elas ainda não aprenderam amar.