terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Da minha cadeira à Beira Mar Norte

Eram todos iguais os rostos
Opacos, cor de cinza
Roubaram-lhes o viço?
Eram todos iguais os rostos
Cerrados, circunspectos
Enclausurados
Eram todos iguais os corpos
Iam e vinham
Por tão mera condição
Corpos em movimento circular
Dão-se menos ao silêncio, aos olhares
Aos sorrisos, às  coisas de dentro
Repetem, seguem a manada
Experimentam o que ja fora experimentado
É mais seguro!
Tolos, pensam...
Se diferem a casca, idêntico é o miolo
Não convem arriscar
E pisam
em terra firme
E olham
Ao longe das janelas mortas
E vivem
Como se fossem felizes
Os homens que não aprenderam amar.
 Imagem de autoria desconhecida 
Porque a vida precisa fluir, precisa de rumo próprio, de leito e correnteza. Viver é impreciso. A vida é um rio.