quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Pra muita coisa importante falta nome...

É um laço bem feito que aperta a alma. Um querer. Um desejo bom. É gratidão. É sol pedindo licença às nuvens de chumbo. É curativo quando a alma dói.

Pra muita coisa importante falta nome...

Sobra sentido...

Para minhas raízes, suas asas. Para sua nau, minhas âncoras. Para as minhas mãos, sedentas, sua calmaria. Para suas palavras nuas, minha poesia

Para sua ventania, minha leveza. Para sua trama, minhas histórias. Para os meus olhos (d'água), o seu mar inteiro. Para o seu desejo, o meu abraço. Para o amor, .

segunda-feira, 9 de maio de 2016

É maio. Deveria fazer frio  mas faz calor como setembro. Os brotos desobedecem as previsões e se antecipam aos  flocos de gelo sobre os galhos das árvores. O que deveria estar retorcido e morto,  fazendo barulho sob os sapatos, se reinventa. É maio e há borboletas e pássaros.  Existe silêncio no lugar onde as palavras não cabem e sol aquecendo a noite turva.  Amanhece e as cores desinventam as probabilidades da paisagem cinzenta. Ele espalhou flores por onde ela haveria de passar. Ela, ocupou-se em arrancar pétalas. Bem-me- quer! Ela já sabia. É maio e faz calor. Os relógios pararam. Eles seguem, reféns do tempo e do amor. Aquecidos.

sexta-feira, 25 de março de 2016

O tanto que ainda espero
Do gosto, que por certo, quero
Tom que ainda está por vir...

Esta distância, creia
Só meu outro jeito de sentir
Enquanto estes teus olhos, moço
São lapsos de poesia em mim.

E tanta saudade nutrida no peito
É amor embalado com cuidado.
Decorado com laço de cetim.

É simples, mas é meu coração.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015


A poesia dorme 
numa rede estampada de flores amarelas
Se estica, espreguiça
feito gato
Fica lá quieta, num canto

Esquecida, 
desamparada
quem não sabe dessa sua sina
Diz que está morta
Está é a espera de um descuido
um agrado
um verso
um sonho
um punhado de afeto
Aí as palavras despertam
se esticam e saem por aí
de mãos dadas.
É o amor que acorda a poesia.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Há anos que têm jeito de década.Tudo é muito, dinâmico e veloz. Há energia em tudo. Em cada segundo, em cada avanço, em cada recuo. Há uma movência nos dizendo que isso tem nome e se chama vida. Que cada vez que não experimentamos, não partimos, não desapegamos, cada vez que apagamos as estrelas que habitam nossos olhos e atrasamos o sonho, morre um pouco de nós. Agora, do alto, você se observa nos reflexos de tantos caminhantes e tantas vielas. Você vê e aprecia. Vê e se autocensura. Vê gostando disso, odiando aquilo. Vê se descobrindo mais humana. Se vê em tudo, formando uma imagem fiel e imperfeita de si mesmo. Agora você enxerga. E enxerga porque olha de cima. Agora você entende, porque o ângulo de visão te permite. Antes rasteiro como o de uma serpente. Agora de águia. E do alto onde tudo se vê, a verdade não é mais susto, nem aflige. Os significados do mundo estão dilatados, e nem tudo, olhando de cima, é como te disseram que era. Agora você enxerga e desconstroi. Porque agora você é aguia, não serpente. E se sabe imperfeita e sábia, dona de histórias que só a você pertencem, de emoções que sabe, não podem ser terceirizadas. Agora você entende que o maior prazer da vida não é sentir-se confortável, é sentir-se vivo. E se vê colecionando decepções e narrativas de sucesso com a consciência de que já não precisa idolatrar suas forças nem silenciar os medos. Você que agora é águia. Que precisa dos vôos rasantes porque é no chão que deixa suas pegadas, mas é de cima que se vê. E é das alturas que você descobre que há vida além dos limites. Porque agora você é águia.