segunda-feira, 9 de maio de 2016

É maio. Deveria fazer frio  mas faz calor como setembro. Os brotos desobedecem as previsões e se antecipam aos  flocos de gelo sobre os galhos das árvores. O que deveria estar retorcido e morto,  fazendo barulho sob os sapatos, se reinventa. É maio e há borboletas e pássaros.  Existe silêncio no lugar onde as palavras não cabem e sol aquecendo a noite turva.  Amanhece e as cores desinventam as probabilidades da paisagem cinzenta. Ele espalhou flores por onde ela haveria de passar. Ela, ocupou-se em arrancar pétalas. Bem-me- quer! Ela já sabia. É maio e faz calor. Os relógios pararam. Eles seguem, reféns do tempo e do amor. Aquecidos.

sexta-feira, 25 de março de 2016

O tanto que ainda espero
Do gosto, que por certo, quero
Tom que ainda está por vir...

Esta distância, creia
Só meu outro jeito de sentir
Enquanto estes teus olhos, moço
São lapsos de poesia em mim.

E tanta saudade nutrida no peito
É amor embalado com cuidado.
Decorado com laço de cetim.

É simples, mas é meu coração.