segunda-feira, 9 de maio de 2016
É maio. Deveria fazer frio mas faz calor como setembro. Os brotos desobedecem as previsões e se antecipam aos flocos de gelo sobre os galhos das árvores. O que deveria estar retorcido e morto, fazendo barulho sob os sapatos, se reinventa. É maio e há borboletas e pássaros. Existe silêncio no lugar onde as palavras não cabem e sol aquecendo a noite turva. Amanhece e as cores desinventam as probabilidades da paisagem cinzenta. Ele espalhou flores por onde ela haveria de passar. Ela, ocupou-se em arrancar pétalas. Bem-me- quer! Ela já sabia. É maio e faz calor. Os relógios pararam. Eles seguem, reféns do tempo e do amor. Aquecidos.
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