Uso roupa de festa. Abrigo um sorriso. Escolho com qual som inauguro os silêncios. Celebro o dia. Esqueço os restos de ontem. Ando sobre a corda bamba. Desiquilibro. Respeito os sinais. Domo a selvageria. Conheço o que os anjos desconhecem. Abomino a auto-piedade. Digo sim aos que repartem sua existência. Não, se meus juízes condenam. Aceito o convite à farra de viver, ainda que os olhos garoem e molhem a tarde de melancolia. Eu já aprendi a sair de cena sem ganhar aplausos. Descobri que há sempre uma pessoa para cada coisa terna. E há dias para se embrulhar pra presente. Não se volta ao que acabou. Há a saudade querendo falar em palavras o que temos medo de pronunciar. E há a distância quando se percebe que se ama melhor ficando invísível. Acordar é dar cor, nesta minha visão. Recordar é recolorir onde faltou você. E há que se cuidar, quando o que resta é o amor.
Que coisa linda, Elis.
ResponderExcluirQuanta beleza e quanta verdade Elis, simplesmente amei! Li aqui muito do que eu mesma vivenciei... Perfeito!
ResponderExcluirPenso que, se o que resta é o amor, ainda resta muito, mesmo que apenas dentro de nós mesmos...
Beijos mil, lindo final de semana!
Ariadna Garibaldi
Concordo com a Ariadna em duas aspectos: Se o que resta é o amor, ainda resta muita coisa e quanta verdade no texto!
ResponderExcluirParabéns Elis, eu estou sem tempo para ler os blogs, mas sempre que entro na internet venho ler o R.E.M, o control verso, Etc e Tal, e alguns outros... Parabéns pelo texto, tô sem muitas palavras mas faço minhas as palavras da Ariadna(com operdão da intimidade rs).
Até!
Belo!
ResponderExcluirSó resta mesmo amar.
Abraços
Cazuza dizia que é o trabalho que nos da dignidade para amar. Digo também que é o amor - em seu sentido mais amplo - que nos da a vontade de trabalhar, viver, sonhar... Um texto lírico e filosófico, como sempre. E a imagem é de uma beleza, a moldura ideal para uma grande obra. Parabéns, Elis. Teu estilo é incrível... Um abração!
ResponderExcluirAmar é dar cor e se colorir ao mesmo tempo.
ResponderExcluirE o que resta é o resto que não é amor