sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Do que resta


Resta-me a certeza de que vida
é algo além da dor
Que se abate
Colada à esta face
Percebes
Nada mais resta.
Sou parte
Ínfima,
da inteireza que se doou,
se perdeu e se partiu
Aquela
A que dormiu amando
E acordou saudade.

3 comentários:

  1. Sempre resta amiga, a inteireza se recompôe.

    De qualquer forma adorei os versos finais.

    Beijo

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  2. Oi, Elis,
    lembrei dos versos do tio Walt (Whutman):
    "Sou imenso, sou contraditório, trago multidões dentro de mim".
    Lembrei tambpem de Mário Quintana:

    DA PRIMEIRA VEZ QUE ME ASSASSINARAM

    Da primeira vez em que me assassinaram
    Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
    Depois, de cada vez que me mataram,
    Foram levando qualquer coisa minha...

    E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
    O mais desnudo, o que não tem mais nada...
    Arde um toco de vela amarelada...
    Como o único bem que me ficou!

    Vinde, corvos, chacais, ladrões da estrada!
    Ah! Desta mão, avaramente adunca,
    Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!

    Aves da noite! Asas do Horror! Voejai!
    Que luz, trêmula e triste como um ai,
    A luz do morto não se apaga nunca!

    ...

    Poeticamente falando, todos morrem e renascem, todos são Fênix, todos dorme algo e acordam outro alguém...
    Mais um belo exercício poético.
    Um abração,

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  3. Ai meu Deus! Vou chorar.
    Coisa mais linda Elis.
    Como é gostoso ler você sempre.
    Abraços.

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