terça-feira, 23 de novembro de 2010

Morre-se

“Escrevo em folhas de papel. Você recolhe e guarda, temendo desaparecerem. Alguma coisa se perderia se elas nunca fossem lidas? Talvez nada, porque escrevo apenas para me livrar da memória. Esses rabiscos são o meu esquecimento. Lembra as pinturas rupestres nas paredes da caverna que visitamos? Alguém desejava livrar-se da memória que o incomodava e pôs-se a desenhar e pintar nas pedras. Escrever é a maneira mais simples de morrer, embora muitos achem que é o único modo de permanecer vivo."
    [Ronaldo Correia de Brito, na quarta capa de retratos imorais]

2 comentários:

  1. Nossa legal! Pensando bem é isso mesmo o que a gente faz quando escreve, se livra de alguma coisa... Talvez é até sentimento bom, que é tão grande que devemos expor. E mesmo a gente morrendo, se livrando das memórias, a gente permanece vivo na lembrança dos outros!

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  2. Bela reflexão, sem dúvida.
    Quem escreve (pouco ou muito, bem ou mal) aí se reconhece.
    Um abraço Elis!

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