segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Composição

Há no poema poucas certezas
E um baú repleto de contradições...
Nele habitam dois hemisférios
um lógico, outro sensível
Em guerra, digladiando-se...

Há no poema uma noite estrelada
brisa suave cheirando a jasmim
Entre versos, tempestade
fez-se fúria, destruição.
O mesmo de outrora,
traduzido em dor
Agora mais tênue,
carrega lembranças,
dissipando-as, redimindo-se...

Há no poema labaredas e chamas
Magma e lavas...
alimentando sensações,
destruindo sentimentos.

Há no poema liberdade e algemas
Grades cerradas
cárcere, solidão
desejo incontido,
procurando entre as letras
alívio, inspiração.

Há no poema palavras soltas
e expressões sem tradução.
Há versos de rima imperfeita
e versos de rima mal feita
desejando ser poesia.

Há no poema um pouco de vida...
Há no poema um pouco de mim...

Um comentário:

  1. Oi, Elis. è amiga, há no poema um pouca de vida, e na vida um pouco de poesia, dependendo do olhar sensível que se tem. Mais um texto póetico de primeira, miga. Um abração, Zé.

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