quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Escuta...

Eu queria falar disso. Procurei palavras, elas as vezes gostam de brincar de pique-esconde comigo, somem e encontram o esconderijo perfeito. Mas as mesmas que me faltam, me fartam. Uma última tentativa.
Porque na verdade isso tudo é uma grande brincadeira. Esquece tudo, vamos brincar. Se desarma, baixa a guarda, desata o nó cego que amarrou nesse seu coração. Acredite. A vida não é só isso. Se permita. Não se omita. Não dê as costas à ela, encare-a. Sofra, chore, vista-se de luto. Mas vá riscando no calendário todos estes dias com a certeza que depois destes virão outros e mais outros em que você acordará e verá o mais lindo nascer do sol e cantará a cantiga mais bela e abrirá o sorriso mais largo, e abrirá a janela do seu quarto e se abrirá finalmente para a vida.
Reconheça sua transitoriedade, não a deixe escorrer pelos vãos de seus dedos. Agarre-a.
Deixa esse breu de tristeza pra depois, é preciso a-cor-dar. Uma restia de luz colorida em tons de intensos a suaves teima em entrar pela sua janela. Abra-a. Respeite suas lágrimas mas apaixone-se pelo seu sorriso. Eu já me apaixonei.
Esqueça os relógios. A vida tem seu tempo. Pare. Preste atenção. Ouça apenas o seu tic tac, respeite seu ritmo. Não se adiante, não se atrase nem se cobre demais.
Vamos continuar a escrever sua história. Colocamos uma vírgula, pontos de exclamação. Esquece as interrogações. A certeza é o ponto final, o fim da estrada, e nós estamos a caminho. . Se não souber o que fazer com elas, podemos fazer poesia. Mas acredite, a completude pode estar nesse imenso vazio que há em nós.
Solte o cinto, afrouxe a gravata, desfaça o laço, solte os braços, tira essa vinca da testa, da cá um abraço. Conta uma piada, fale-me do seu dia... vamos rir. E quando enfim, a vida der sinais de cansaço a gente pare, olhe para trás e a lembrança das coisas boas que vivemos nos faça sorrir e sentir saudades.

Nenhum comentário:

Postar um comentário