quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Da minha leveza

(Desconheço autor da foto)

E dos verões que chegaram e dos que partiram... Troquei o vento norte pelo vento sul e descobri que escolhas são inevitáveis. O céu de hoje recobrou o azul das tardes em que o sorriso colava em minha boca e eu ria e ria e você me falando das gostosuras da vida. De um tempo que de tão doce impregnou-se, cheiro, sabor e textura. Um linha tênue separa o que foi do que é. Tudo é meu presente. Tudo é paisagem inédita, sempre. Se vivo de sonhos é porque as nuvens são meu chão firme. Minha leveza é a dos sonhos. Tenho culpa se o mundo que eu quero não cabe nesse que eu vivo? Se meu mundo é belo, mesmo antes de ser verdadeiro?
Minha carência é da emoção que os sonhos que me dão. Porque todos os dias são azuis mas eu prefiro os que são mais azuis que os outros. Eu não quero chegar a lugar nenhum. Eu só quero pernas bambas, boca trêmula, palavras que não saem, coração em descompasso. Até o caos me é bem vindo quando fico excessivamente cósmica, e desejo-me inquieta, bagunçada inteira. Quase uma obrigação de me sentir viva ou fazer algo que quebre essa rotina insana que se impõe assim. Assim, como quando olho para o infinito e dou de cara com o fim.

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