sábado, 27 de junho de 2009

Da janela

Quando ela estava por perto era como se o mundo fosse melhor. Ele de fato, não sabia se era bom, sabia apenas que aquele par de olhos tão azuis e as costumeiras frases de duplo sentido o faziam rir e a pensar que aquilo fosse felicidade.
Ele sentou sobre o banco empoeirado da praça. Pegou-a pelas mãos e os olhos azuis pareciam desejar dizer coisas que a boca não mais dava conta. Lembrou do último encontro e da covardia diante de seus sentimentos. Eu preciso! Pensou. E antes que ela perguntasse alguma coisa...Perdão. Não devia. Não devia? Preciso ir. Espera! Eu já sei. Sabe? Sim. E beijou-o demoradamente.
Da janela, os cotovelos apoiados no parapeito, ele a viu sumir por entre as árvores da rua. Olhou para o recorte do jornal já amassado em suas mãos, sorriu e aumentou em mais um os beijos de sua coleção.

3 comentários:

  1. Elis

    Eu que amo olhos azuis fiquei pessoalmente incomodado (no bom sentido) e comovido com o texto.

    Quando ela está por perto, o mundo é outro.

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  2. Podem-se fazer muitas coisas de uma janela. Até beijos se podem coleccionar...
    Bonito texto, gostei imenso.
    Beijo.

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  3. Elis , andosentindo sua falta e de seus escritos...

    bijok,
    malmal

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