sábado, 13 de dezembro de 2008

Inatingível

Ela era doce, ele diabético
Ela uma flor, ele alérgico
Ela o arco-íris, ele daltônico
Ela o sol, ele albino
Ela a luz, ele cego
Ela o ar, ele asmático
Ela poesia, ele analfabeto
Ela música, ele surdo
Ela uma deusa, ele ateu
Ela um tesouro, ele um mendigo.
Ela surreal, ele lógico
Ela absoluta, ele relativo.

Amaram-se e viveram assim. Distantes.
E porque distantes, eternos amantes.
E porque inatingível, o grande amor.

Se as coisas são inatingíveis... ora! Não é motivo para não querê-las... Que tristes os caminhos se não fora a mágica presença das estrelas! (Mario Quintana)

4 comentários:

  1. Amar o inatingível tem a vantagem de nunca nos decepcionarmos

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  2. Ótimo, Elis.
    Se eu não estou enganado, há um princípio da física que diz que os opostos se atraem e os iguais se repelem. Não sei se se pode aplicar nas relações humanas, talvez não no geral, mas nas amorosas, creio que sim.
    Beijos

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  3. Ah! Elis, este poema me faz pensar em muitas coisas,uma delas, no que fazemos valer a pena, ou não....

    bijok, sempre bom demais te ler

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  4. Nossa, eu achei lindo demais esse poema. Ele define basicamente o meu relacinamento: somos tão antagônicos e tão apaixonados. As cabeças não precisam convergir se os corações o fazem. =)

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