terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Saudades de mim

E foi isso... Soou o meu toque de recolher e eu decidi que vou cuidar de mim. Me amar ao ponto de não mais ser refém de outros carinhos. Uma tentativa de felicidade auto-sustentável. Não é egoísmo, nem prepotência. É desejo. Desejo de ser livre. E um não desejo de outorgar à outras pessoas uma responsabilidade que é minha.
Quero amigos, carinho, paixões, amor, reconhecimento, elogios, surpresas... Mas quero atingir a minha maioridade emocional.
Tenho estado só. Mas vivo uma solidão boa. Foi Sartre quem disse "Deus é a solidão do homem". Estou comigo e estou em paz.
E Fernando Pessoa, (muitos disseram, a solidão é inspiradora) "Enquanto não vivermos a dor da nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras metades". Para amar o outro, precisa se amar mais. E se amar é descobrir-se inteira. E eu me amo quando compreendo que ausência não é falta. E que amar não é acabar com a solidão, é compartilhar solidões.
Estou bem, estou apenas matando a saudade de mim.

Sobre isso indico uma crônica de Rubem Alves: O Barba Azul

Um comentário:

  1. Huumm! Isso é bom. Difícil chegar à este estágio, ser responsável pela própria felicidade sem procurar isso no outro, mas importante. Culpa dessa idéia maluca em que nos fizeram acreditar que a gente é uma metade e precisa encontrar a outra pra ser feliz...
    Gostei muito!
    Bjos querida!

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