domingo, 25 de janeiro de 2009

Absoluto

Foto: Deivid Jardim de Araújo

Derramo-me sobre o papel, encharcando-o de sentimentos, de quereres, de vazios...
Escrevo meus exílios, faço-o cúmplice dos meus silêncios.
Escrevo mistérios sem compromisso. Não desejo a explicação, respeito-os apenas, privando da sua identidade.
Selamos nosso pacto. Não de vida, nem de morte. Não é disso que me faço. Revigoro-me no inusitado, na catarse, espasmo de um transbordar-se latente desse desabitado ser.
Reside em mim um não saber, uma falta que alimenta o desejo, a calidez, a volúpia de sentir.
Completo-me nas palavras e naquilo que faltou dizer, mas que direi da próxima vez, no próximo verso, que virá perfeito, capaz de traduzir o que ainda só sei sentir...
Em todos os versos, enquanto houver sol.

3 comentários:

  1. "Completo-me nas palavras e naquilo que faltou dizer, mas que direi da próxima vez, no próximo verso, que virá perfeito, capaz de traduzir o que ainda só sei sentir...", maravilha Elis.
    Esses versos teus acima vão de encontro ao que penso. De que as palavras não dão conta do pensamento, são quando muito "uma tradução", e toda tradução é uma nova versão. As palavras são códigos, através de letras, e não podem expressar sentidos e sentimentos tão amplos e profundos. Parabéns, amiga, mais um belo e profundo poema. Um abração e bom início de semana.

    ResponderExcluir
  2. Estava com saudades de vir por aqui...

    Se as férias valeram...também valeu voltar e ler uma jóia dessas

    ResponderExcluir
  3. Olá! Que surpresa, fuçar na internet e encontrar a própria foto em um blog alheio enfeitando um belo escrito. Obrigado pelos créditos!
    Deivid Jardim de Araujo

    http://www.panoramio.com/user/39851

    ResponderExcluir