sem pedir licença
Me lê
me narra
descreve
decifra meus códigos
encriptados...
e me deixa assim...
desnuda
sem resposta
de que me vale
o corpo fechado
se a alma é exposta?
Glee Cast - Imagine from Bárbara Letter on Vimeo.



Um leque pra abanar
Uma paixão pra queimar
Um desafio pra enfrentar
Poesia boa pra ler
Chá quente pra beber
Um amor para esquecer
Uma barba por fazer.
Prefiro...
Frio ao sol
Tênis ao futebol
Pele ao baby doll
O subentendido ao descarado
O definido ao sarado
O movimento ao parado
E latido a miado
Interior à capital
Açúcar ao sal
Véspera ao natal
Alegria ao carnaval
Botar os pingos nos is
Viver assim, por um triz
Prefiro mesmo é ser feliz.
Não gosto...
De domingo ao sol se por
De quem se omite a se opor
Cerveja fora do isopor.
De quem é apenas vitrine
E de humor que não combine
De não me toque e frescura
De pneu na cintura
De homem covarde
E de mulher que faz alarde.
Não uso bússola, nem mapa.
Não sigo a seta
Nem vi a placa
Eu vivo perdida
[de amor.]
Sabes... saberás sempre
Essa foto pai, lembra? Você aproveitou o fotógrafo na festa. Era uma daquelas que aconteciam todo janeiro em honra a São Sebastião, aquele da história do bandido que morreu com uma flecha no peito sem saber quem atirou. Lembra quando decoramos essa música para cantar na missa? Eu achava ela linda. E desse sapato pai, você lembra? Foi você quem comprou ele pra mim. Eu amava esse sapato. Teve aquela vez que o cachorro do nosso vizinho me mordeu, aquele que morava em frente à igreja. Você prometeu matar o canídeo ensandecido... acho que alguem fez isso antes de você.
Ando à mercê do tempo. Se ele sabe conjugar seus verbos, então eu sento e aprecio a lentidão das coisas de fora, ainda que cá dentro, elas passem à velocidade da luz. Mas é o tempo da espera. Da poeira que aninha-se ao solo depois da chuva, da flor que perde seu perfume para ganhar sabor. São meus dias de outono. Não há perdas nem ganhos. Há o aprendizado. É tempo de espera e não há enredo. Mas eu penso que os aguardamentos as vezes cabem certinho no meio dos nossos desejos confusos. Então eu calo no fundo da alma todas as minhas urgências e me dou de presente esse estar em mim, e permaneço assim, até que toda energia (meu sol particular) retorne à morada do meu corpo. É preciso entender os sinais do tempo. E só os entende quem aprende a respeitá-lo. E quem assume os seus próprios limites. Não idolatro minhas forças nem silencio os meus medos. Mas tenho sentido meus dias muito parecidos. Até meus versos andam se parecendo demais e isso me provoca medo. Mas é ele também que me faz experimentar a contra mão, atravessar o lado de lá para sentir o vento que não sopra do lado de cá. É bom ousar. E esta sensação só é compreendida por quem descobre que o maior prazer da vida não é sentir-se confortável, é sentir-se vivo. Uma sensação de gozo infinito que faz a gente deslizar pelos dias como se fossem uma brincadeira gostosa ou um piquenique na praça. É que em mim não cabem as certezas, nem as previsões. Quem se preocupa demais com as coisas pequenas não consegue vislumbrar as grandes...Mas meu desejo é um grito silencioso que não tem pretenção de acordar aqueles que preferem o cais ao movimento das ondas.
Se soubesses do meu amor...
O corpo, boêmio de sua matéria, repousava. O pensamento, à mercê de sua vontade insistia em mais uma vez, visitar-lhe. Guardava ainda na memória mais imediata o trajeto que tantas vezes percorrera, vindo agora, de súbito da direção da prateleira empoeirada como já era tempo de estarem aquelas imagens que lhe absorviam a alma.
Decidiu dar fim àquele assédio. Um taça cheia de desejos, sensações, frases, presentes, discos, beijos... sorvidas gole a gole. Um a um desejava que se volatizassem . Grudava em sua pele, seu cheiro; em sua boca, seu gosto. Sentia-se impregnada como o álcool que circulava sobre suas veias. O peito, uma caixa preta. Embriagada partiu para o último gole...
Apagadas estavam as luzes dos postes. Apagada estava sua alma. Nem as estrelas ousavam brilhar.
Era escura a noite. Era amargo o doce e solitário Bordeaux.
E se amei tão de repente
Fez-se verão, semeei flores, teci versos, vesti-me de alegria...2-Abrir na página 161;
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